quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Biotecnologia canavieira - banco genético

Por ser um organismo híbrido, com um genoma extenso e complexo, a cana-de-açúcar apresenta um grande desafio para o melhoramento genético. A criação de variedades transgênicas tem sido estudada, como já divulgamos neste blog, mas os resultados não são imediatos, com previsões para os próximos anos.

Recentemente, a Agência FAPESP e o Canal Jornal da Bioenergia publicaram matérias sobre a criação de um banco genético brasileiro da cana-de-açúcar.

A matéria da Agência FAPESP, de 29 de julho, destaca a possibilidade de criação de um programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar visando melhorar sua produtividade. Entre as ações realizadas no Brasil nos últimos anos estão o Programa BIOEN da FAPESP e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol – um dos INCTs apoiados pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Estado de São Paulo. Os pesquisadores participantes do programa começaram, nos últimos anos, a desenvolver um banco de dados para armazenamento de informações do genoma da cana-de-açúcar. "Quando for concluído, o banco de dados genéticos da cana-de-açúcar possibilitará, eventualmente, incluir a transgenia (manipulação genética) nos programas de melhoramento da planta", diz o texto de Elton Alisson.

A notícia do Canal Jornal da Bioenergia, publicada em 28 de junho, informa que o Brasil será sede de um novo banco genético de cana, com variedades de todo o mundo. Haverá um consórcio entre entidades e empresas pesquisadoras brasileiras, lideradas pelo IAC, para implantar e manter o banco, tecnicamente chamado de Germoplasma. O banco será importante para superar as limitações de acesso, por pesquisadores da América Latina, a informações dos dois bancos genéticos da cana existentes, um na Índia e outro nos Estados Unidos. Segue trecho da notícia:
"A criação do Germoplasma no Brasil favorecerá os pesquisadores latinos e contribuirá para o desenvolvimento de variedades mais resistentes a doenças e também mais produtivas, pois ele estará aberto para todos", explica [Raúl] Castillo [coordenador da seção de Melhoramento Genético e Germoplasma da International Society of Sugar Cane Technologists]. Marcos Landell, do IAC, destaca que o banco deverá contar com mais de duas mil variedades oriundas de todo o mundo e acredita que o consórcio receberá o apoio dos principais centros de pesquisa e empresas que trabalham com melhoramento genético do país. "Cada centro tem seu foco de pesquisa e pode contribuir muito com suas variedades para o banco genético", ressalta Landell. 
A previsão é que, até em três anos, o novo banco genético entre em funcionamento no Centro de Cana IAC-APTA - Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Cana, do Instituto Agronômico (IAC), sediado em Ribeirão Preto.
Fiquei em dúvida se as matérias tratam da mesma iniciativa ou não. Alguém aí sabe?