Recentemente, a Agência FAPESP e o Canal Jornal da Bioenergia publicaram matérias sobre a criação de um banco genético brasileiro da cana-de-açúcar.
A matéria da Agência FAPESP, de 29 de julho, destaca a possibilidade de criação de um programa de melhoramento genético da cana-de-açúcar visando melhorar sua produtividade. Entre as ações realizadas no Brasil nos últimos anos estão o Programa BIOEN da FAPESP e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Bioetanol – um dos INCTs apoiados pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) no Estado de São Paulo. Os pesquisadores participantes do programa começaram, nos últimos anos, a desenvolver um banco de dados para armazenamento de informações do genoma da cana-de-açúcar. "Quando for concluído, o banco de dados genéticos da cana-de-açúcar possibilitará, eventualmente, incluir a transgenia (manipulação genética) nos programas de melhoramento da planta", diz o texto de Elton Alisson.
A notícia do Canal Jornal da Bioenergia, publicada em 28 de junho, informa que o Brasil será sede de um novo banco genético de cana, com variedades de todo o mundo. Haverá um consórcio entre entidades e empresas pesquisadoras brasileiras, lideradas pelo IAC, para implantar e manter o banco, tecnicamente chamado de Germoplasma. O banco será importante para superar as limitações de acesso, por pesquisadores da América Latina, a informações dos dois bancos genéticos da cana existentes, um na Índia e outro nos Estados Unidos. Segue trecho da notícia:
"A criação do Germoplasma no Brasil favorecerá os pesquisadores latinos e contribuirá para o desenvolvimento de variedades mais resistentes a doenças e também mais produtivas, pois ele estará aberto para todos", explica [Raúl] Castillo [coordenador da seção de Melhoramento Genético e Germoplasma da International Society of Sugar Cane Technologists]. Marcos Landell, do IAC, destaca que o banco deverá contar com mais de duas mil variedades oriundas de todo o mundo e acredita que o consórcio receberá o apoio dos principais centros de pesquisa e empresas que trabalham com melhoramento genético do país. "Cada centro tem seu foco de pesquisa e pode contribuir muito com suas variedades para o banco genético", ressalta Landell.
A previsão é que, até em três anos, o novo banco genético entre em funcionamento no Centro de Cana IAC-APTA - Centro Avançado de Pesquisa Tecnológica do Agronegócio Cana, do Instituto Agronômico (IAC), sediado em Ribeirão Preto.Fiquei em dúvida se as matérias tratam da mesma iniciativa ou não. Alguém aí sabe?